ANGARE E ANGHER – Advogados Associados - Advocacia com Foco em Indústrias
26/05/2022

ITBI e planejamento: atualidades no STJ e STF

O Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) é um imposto municipal incidente sobre transmissão de bens imóveis. Todos aqueles que já compraram um imóvel, recebendo a propriedade mediante averbação da compra junto à matrícula do Registro de Imóveis, já tiveram que recolher este imposto.

Em 03/03/2022, a Primeira Seção do STJ fixou tese em recurso repetitivo, no Tema 1.113, estabelecendo 03 (três) teses sobre o cálculo do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) nas operações de compra e venda:

  1. A base de cálculo do ITBI é o valor do imóvel transmitido em condições normais de mercado, não estando vinculada à base de cálculo do IPTU, que nem sequer pode ser utilizada como piso de tributação;
  2. O valor da transação declarado pelo contribuinte goza da presunção de que é condizente com o valor de mercado, que somente pode ser afastada pelo fisco mediante a regular instauração de processo administrativo próprio (artigo 148 do Código Tributário Nacional – CTN);
  3. O município não pode arbitrar previamente a base de cálculo do ITBI com respaldo em valor de referência por ele estabelecido de forma unilateral.

Assim, ficou decidido que a base de cálculo do ITBI é desvinculada da base de cálculo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Conforme entendimento, o IPTU é calculado com base em previsão genérica de valores, tributando a propriedade na qual a Prefeitura define de ofício qual será o valor do imposto anual, tendo por base uma “planta genérica” de valores aprovada pelo poder legislativo local, considerando condições amplas e objetivas – como, por exemplo – a localização e a metragem do imóvel.

Já a base de cálculo do ITBI, deve considerar o valor de mercado do imóvel individualmente determinado, afetado também por fatores como benfeitorias, estado de conservação e as necessidades do comprador e do vendedor, motivo pelo qual o lançamento desse imposto ocorre, como regra, por meio da declaração do contribuinte, ressalvado ao fisco o direito de revisar a quantia declarada, mediante procedimento administrativo que garanta o exercício do contraditório e da ampla defesa. Relator do recurso do Município de São Paulo, o ministro Gurgel de Faria explicou que, segundo o artigo 38 do CTN, a base de cálculo do ITBI deve ser o valor venal dos bens e direitos transmitidos; e o artigo 35 do CTN define o fato gerador como a transmissão da propriedade ou dos direitos reais imobiliários, ou, ainda, a cessão de direitos relativos ao imóvel. Ainda, argumentou: “Cumpre salientar que a planta genérica de valores é estabelecida por lei em sentido estrito, para fins exclusivos de apuração da base de cálculo do IPTU, não podendo ser utilizada como critério objetivo para estabelecer a base de cálculo de outro tributo, o qual, pelo princípio da estrita legalidade, depende de lei específica”. Segundo ele, embora seja possível delimitar um valor médio dos imóveis no mercado, a avaliação de cada bem negociado pode sofrer oscilações positivas ou negativas, a depender de circunstâncias específicas – as quais também afetam a alienação em hasta pública, pois são consideradas pelo arrematante.

Em relação à possibilidade de adoção de valor venal previamente estipulado pelo fisco, Gurgel de Faria explicou que, ao adotar esse mecanismo, a administração tributária estaria fazendo o lançamento de ofício do ITBI, vinculando-o indevidamente a critérios escolhidos de maneira unilateral – os quais apenas mostrariam um valor médio de mercado, tendo em vista que despreza as particularidades do imóvel e da transação que devem constar da declaração prestada pelo contribuinte, que possui presunção de boa-fé.

Ainda de acordo com o magistrado, a adoção do valor prévio como parâmetro para a fixação da base de cálculo do ITBI resultaria na inversão do ônus da prova em desfavor do contribuinte, procedimento que viola o disposto no artigo 148 do CTN. “Nesse panorama, verifica-se que a base de cálculo do ITBI é o valor venal em condições normais de mercado e, como esse valor não é absoluto, mas relativo, pode sofrer oscilações diante das peculiaridades de cada imóvel, do momento em que realizada a transação e da motivação dos negociantes”, concluiu o ministro.

Como podemos ajudar?

 

O escritório ANGARE E ANGHER ADVOGADOS será um excelente parceiro da sua empresa na adequação de suas políticas e sanar dúvidas a respeito do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), bem como diagnosticar as áreas e atividades que podem ser afetadas pelo novo entendimento do STJ e do STF, elaborando uma programação eficaz para extrair os maiores benefícios das novas decisões dos tribunais superiores.

 

Nossa banca é especializada em Direito Civil, Empresarial e Direito Tributário, com atuação em todos os níveis de complexidade, inclusive demandas administrativas. Possuímos capilaridade e oferecemos soluções personalizadas para a sua empresa. Temos expertise para auxiliar os contribuintes que tenham dúvidas e/ou pretendam ingressar com ação judicial sobre o tema, vislumbramos a prevenção de litígios, minimização de prejuízos, gerência de crises institucionais ou dano à imagem, demandas judiciais e planejamento estratégico. Entre em contato conosco para esclarecer as suas dúvidas!
1) Endereço do website – https://www.angareeangher.com.br/

2) Instagram – LinkedIn

3) E-mail falecom@angare.com.br

4) Rua Visconde de Itaboraí, 419 – Tatuapé São Paulo – SP CEP 03308-050

5) Telefones: (11) 2941-9100 e (11) 4508-6300

 

 

O conteúdo deste artigo é meramente informativo e não pode ser comparado a um parecer profissional sobre o assunto abordado. Os esclarecimentos sobre o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) devem ser sanados em consulta com profissional habilitado. Sugerimos sempre consultar um advogado.

Compartilhe:


Voltar