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25/07/2024

BARREIRAS TARIFÁRIAS E NÃO-TARIFÁRIAS: DESAFIOS LEGAIS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL.

O comércio internacional é constituído por milhares de empresas e produtos espalhados pelo mundo, isso torna um campo complexo e dinâmico, regido por um intrincado conjunto de normas e regulamentos.

Dentro deste contexto, as barreiras tarifárias e não-tarifárias desempenham um papel crucial, influenciando significativamente o fluxo de mercadorias entre países.

Logo, é necessário abordar a base legal dessas barreiras, os desafios que elas representam e as implicações legais no comércio global.

Acompanhe até o final!

 

O que são Barreiras Tarifárias?

As barreiras tarifárias referem-se aos impostos ou tarifas impostas pelos países sobre as mercadorias importadas. Estas tarifas são utilizadas para proteger as indústrias nacionais da concorrência estrangeira, gerar receita e regular o comércio exterior.

As principais formas de barreiras tarifárias incluem:

  1. Ad valorem: tarifas baseadas em uma porcentagem do valor da mercadoria.
  2. Específicas: tarifas fixas cobradas por unidade de produto importado, independentemente do valor.
  3. Combinadas: uma consolidação de tarifas ad valorem e tarifas específicas.

A base legal para a aplicação de tarifas é frequentemente encontrada nas legislações nacionais e em acordos internacionais, como os acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC), que estabelece limites e diretrizes para a aplicação de tarifas aduaneiras.

 

No que consistem as Barreiras Não-Tarifárias?

As barreiras não-tarifárias são restrições comerciais que não envolvem a aplicação de tarifas, mas que afetam o comércio de outras maneiras.

Estas barreiras podem incluir:

  1. Quotas: limitações quantitativas sobre a quantidade de um produto que pode ser importado ou exportado.
  2. Licenciamento de importação: exigências de licenças especiais para importar determinados produtos.
  3. Normas técnicas e sanitárias: regulamentações que especificam os padrões de qualidade ou segurança que os produtos importados devem atender.
  4. Subsídios: apoios financeiros dados pelo governo às indústrias domésticas, tornando seus produtos mais competitivos que os importados.

A base legal para as barreiras não-tarifárias podem estar representadas por:

  1. Regulamentos nacionais específicos.
  2. Acordos regionais.
  3. Tratados multilaterais, como os acordos da OMC sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) e os Acordos sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT).

 

Principais desafios legais das Barreiras Tarifárias.

As barreiras tarifárias apresentam vários desafios legais, entre os quais podemos citar:

  1. Disputas Comerciais: Os países podem entrar em conflitos sobre a aplicação de tarifas, levando a disputas na OMC. Exemplo: o caso das tarifas dos EUA sobre o aço e alumínio, contestadas por vários países.
  2. Acordos de Livre Comércio: A harmonização das tarifas entre países com diferentes políticas comerciais pode ser complicada, exigindo negociações intensas para criar um ambiente de comércio justo e equilibrado.
  3. Impacto sobre os Consumidores: Tarifas elevadas podem aumentar os preços dos bens importados, afetando negativamente os consumidores e podendo levar a contestações legais internas.

 

Principais desafios legais das Barreiras Não-Tarifárias.

As barreiras não-tarifárias também impõem desafios legais significativos, como por exemplo:

  1. Transparência e Previsibilidade: A falta de transparência nas regulamentações pode criar incertezas para os exportadores, que podem não estar cientes de todas as exigências impostas pelos países importadores.
  2. Discriminação e Protecionismo: Barreiras não-tarifárias podem ser usadas de forma discriminatória, favorecendo produtos domésticos sobre os importados, o que pode ser contestado sob as regras da OMC.
  3. Conformidade e Monitoramento: A conformidade com normas técnicas e sanitárias pode ser onerosa para os exportadores, que precisam adaptar seus produtos aos diferentes padrões de cada mercado.

 

Base Legal Internacional.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é a principal instituição que regula as barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio internacional. Seus acordos estabelecem as regras básicas para a aplicação dessas barreiras e fornecem mecanismos para a resolução de disputas.

Os principais acordos incluem:

  1. Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT): estabelece as bases para a aplicação de tarifas e promove a redução tarifária global.
  2. Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS): regula a aplicação de normas sanitárias e fitossanitárias, garantindo que estas sejam baseadas em evidências científicas.
  3. Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT): visa garantir que as regulamentações técnicas e normas não criem obstáculos desnecessários ao comércio internacional.

 

Implementação Nacional.

Cada país tem sua legislação específica para a aplicação de tarifas e barreiras não-tarifárias, alinhando-se, quando possível, às normas internacionais.

Por exemplo:

  1. Brasil: utiliza a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e possui regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para normas sanitárias.
  2. Estados Unidos: aplica tarifas conforme estipulado pelo U.S. International Trade Commission (USITC) e regula normas técnicas através da Food and Drug Administration (FDA).

 

Impactos Econômicos e Perspectivas do Mercado Internacional.

As barreiras tarifárias e não-tarifárias têm impactos econômicos significativos como por exemplo:

  1. Competitividade: Tarifas elevadas podem proteger indústrias locais, mas também podem reduzir a competitividade internacional, levando a retaliações comerciais.
  2. Custo de Conformidade: As barreiras não-tarifárias aumentam os custos de conformidade para os exportadores, que precisam adaptar seus produtos e processos às regulamentações de cada mercado.
  3. Fluxo de Comércio: Barreiras podem desviar o fluxo de comércio para mercados mais acessíveis, alterando as dinâmicas globais de oferta e demanda.

 

Os impactos econômicos afetam diretamente a balança comercial, as receitas e o lucro das empresas e evidentemente criam desafios a serem enfrentados.

As principais questões incluem:

  1. Modernização dos Acordos: Há uma necessidade contínua de atualizar os acordos comerciais para refletir as novas realidades econômicas e tecnológicas.
  2. Harmonização de Normas: Esforços para harmonizar normas técnicas e sanitárias são essenciais para reduzir as barreiras não-tarifárias.
  3. Sustentabilidade e Comércio Justo: As barreiras devem ser ajustadas para promover práticas sustentáveis e comércio justo, equilibrando proteção local com competitividade global.

 

Por fim, as barreiras tarifárias e não-tarifárias são instrumentos cruciais no comércio internacional, com implicações profundas nas dinâmicas econômicas e nas regras legais globais.

A compreensão dessas barreiras, sua base legal e os desafios que apresentam é essencial para empresas e países navegarem no complexo ambiente do comércio internacional, promovendo um mercado global mais equitativo e eficiente.

Por essas razões é essencial contar com um especialista em normas do comércio internacional em cada caso concreto, de forma a aumentar as receitas com segurança jurídica.

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